MAIS RECURSOS E NOVAS LINHAS DE CRÉDITO PARA A AMAZÔNIA EM 2020

Banco da Amazônia vai disponibilizar R$ 9,9 bilhões com recursos do FNO para fomentar a economia da Região Norte

A microempreendedora Maria Nicélia Miranda começou o seu próprio mercadinho na garagem da casa da família, em Icoaraci, distrito da capital paraense, localizado cerca de 20 quilômetros do centro de Belém. Ela teve acesso a um crédito de R$ 300,00, através do Banco da Amazônia, por meio do seu programa voltado para microempreendedores informais urbanos e rurais.

A ideia do negócio veio quando Luiza, sua primeira filha nasceu. Ela decidiu que queria ver a menina crescer de perto. Mas continuar trabalhando fora não era mais uma opção. Cheia de coragem, se desligou do emprego e pensou em trabalhar em casa mesmo, abrindo o Mercadinho Luiza.

Esse mercadinho foi possível através do Programa Amazônia Florescer, que oferece linhas de crédito para os microempreendedores informais da região Norte. Com o sucesso do programa, será lançado em 2020, a nova linha FNO MPO, a qual contará com R$ 9,93 milhões para beneficiar o microcrédito na Região Norte.

Nicélia comemora a criação desta nova linha do Microcrédito Produtivo Orientado – MPO. “Acho muito bom. Será uma grande oportunidade para crescermos ainda mais”, comentou. Ela tem planos de ampliar ainda mais o seu mercadinho.

Novidades para 2020

Além do FNO MPO, será lançado o FNO INFRA, destinado aos projetos de infraestrutura (FNO INFRA), necessários para aprimorar a logística da região, estrutura elétrica e o saneamento básico, com destaque às Parcerias Público Privadas – PPP. Esta linha vai oferecer R$ 3,44 bilhões.

O total de recursos a serem disponibilizados do Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO) será R$ 9,9 bi. O Estado do Pará contará com R$ 2,86 bi. Empreendedores de todos os portes e segmentos da região Norte terão disponíveis esses recursos, cuja gestão é feita pelo Banco da Amazônia. Ao somar os valores da sua carteira comercial e de outras fontes, haverá mais de R$ 10 bilhões para fomentar a economia da região.

As linhas de crédito que continuarão em 2020 serão: o FNO Pronaf, o qual contará com 983 milhões, voltada para apoiar projetos de agricultura familiar; o FNO ABC/Bio com R$ 196,70 milhões; o FNO MPEI, destinado para micro e pequenas empresas, o qual terá R$ 389,40 milhões; e o FNO Amazônia Sustentável, que é o maior programa de financiamento que disponibiliza R$ 4,81 bilhões, para fomentar os mais diversos projetos rurais e não rurais, contemplando todos os portes (micro, pequeno, médios e grandes) e ainda projetos de Ciência, Tecnologia e Inovação, que contarão com R$ 20 milhões especificamente.

Prioridades

Ainda segundo o Plano de Aplicação de Recursos do FNO, as prioridades setoriais serão: agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura; indústrias extrativas; indústrias de transformação; eletricidade e gás; água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação; comércio; transporte e armazenagem; alojamento e alimentação; informação e comunicação; atividades profissionais, científicas e técnicas; educação; saúde humana e serviços sociais; artes, cultura, esporte e recreação; atividades administrativas e serviços complementares; construção.

Expectativas para 2020

O presidente do Banco da Amazônia, Valdecir Tose, está com grande expectativa em aplicar o valor disponível. “Acredito que o Brasil deve crescer em torno de 2,5%. A região Norte pode crescer mais, até 5%, principalmente nos setores de infraestrutura e agronegócio”, comentou.

O presidente visualiza oportunidades no Polo industrial de Manaus, na indústria mineral do Pará, na regularização ambiental e fundiária em Roraima e Amapá, no crescimento do agronegócio em Rondônia, Tocantins e no Acre.

Para 2020, será lançado o aplicativo BASA Digital que vai possibilitar ao tomador, sem sair de casa, abrir contas, fazer cadastro, enviar proposta de crédito, aprovação e contratação. “Vamos iniciar com os agricultores familiares, a partir da parceria com a EMATER”, informou.

No segundo semestre, será a vez dos micro e pequenos empresários, por meio do apoio do Sebrae, contratarem também via digital. A empresa vai acessar diretamente, sem intermediários e sem ir ao Banco. “As respostas serão mais ágeis, parte da análise dos pedidos será automatizada com mais agilidade e eficiência”, adiantou Valdecir.